
Variedades
Há dois grupos de peras: as européias, mais exigentes em horas de frio/ano, e as orientais (japonesas), menos exigentes e que têm como característica o fato de serem mais granulosas ou "pedrentas". Para as regiões mais frias,como São Joaquim (SC), Bom Jesus e Vacaria (RS), recomenda-se a highland,packans, triunfo e barthett. Para Videira, Caçador e Fraiburgo (SC), as variedades recomendadas são a seleta, criada pelo Instituto Agronômico de Campinas (IAC), a tenra, a triunfo, a carrick, a século XX, a yali e a okussankith. Para locais de invernos mais brandos, como o Paraná, São Paulo e sul de Minas, destaca-se a mesma seleta, de tamanho médio, polpa de granulação fina e sabor comparável ao das peras importadas (e a pereira é vigorosa e produtiva). Para essas regiões, é recomendada ainda a século XX. Em Rancharia (SP), dá bom resultado a variedade okussankith, trazida do Japão e adaptada às condições climáticas locais há cerca de 15 anos. A barthett, recomendada para áreas de clima mais frio, vem sendo cultivada também nos planaltos e serras de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Espírito Santo e Paraná, produzindo razoavelmente e amadurecendo de dezembro a fevereiro. Por sua polpa macia e suculenta, ela é conhecida também pelos nomes de pêra mole, pêra d'água e francesa.
Clima e solo
Como fruta de clima temperado, adapta-se bem ao sul do país, podendo ser cultivada comercialmente até na região Sudeste, onde precisa de uma altitude de no mínimo 600 m (quanto mais ao norte, maior a altitude exigida). As plantações devem ser em encostas abrigadas ou protegidas por quebra-ventos, contra os ventos fortes. O solo deve ser bem drenado, não encharcado, profundo, de preferência com disposição para o norte. Não se dá bem em solos alcalinos, preferindo os de pH 5,5 a 6. Com muita umidade, as plantas ficam volumosas mas dão poucas-frutos.
Plantio
Com bastante antecedência, abrem-se covas de 0,70 a 0,80 m de largura, comprimento e profundidade. O espaçamento costuma ser de 7 m entre as linhas e 6 m entre as plantas, embora possa ser utilizado um espaçamento menor (3 x3 m ou 4 x 4 m) para variedades de porte ereto, isto é, que crescem mais para cima do que para os lados. O plantio deve ser feito quando a muda está sem folhas, por volta do mês de julho, e a multiplicação das pereiras se faz por enxertia. Primeiro obtém-se o pé-franco da pereira (pelo cultivo da semente) ou preferivelmente o porta-enxerto Pirus calleryana. Depois, com os cuidados de praxe, usa-se o enxerto de borbulha ou de garfo. Em solos muito úmidos e férteis, pode-se enxertar a pereira em marmeleiro. Em espaçamentos densos também costuma-se enxertar a pereira europeia em marmeleiro, o que dá uma árvore de porte menor. Não se recomenda a enxertia direta de pereiras orientais (como a século XX, yali e okussankith) em marmeleiros.
Polinização
A maioria das variedades cultivadas precisa de polinizadores, tendo-se o cuidado de plantar, para isso, aqueles que tenham a floração na mesma época. Em geral a floração ocorre em setembro (os frutos amadurecem em janeiro-fevereiro). Como regra geral, usam-se 10% da variedade polinizadora: a cada nove plantas colocar uma polinizadora na linha. Outro método aprovado é de enxertar a polinizadora num ramo na parte mais central de cada planta. As abelhas são as principais polinizadoras da pereira. Colocando-se três colmeias por hectare, a polinização é garantida. Experiências dê polinização com pereiras sem abelhas resultaram na frutificação de 0,10% das flores, contra 4,80%, com abelhas.
Podas
A pereira responde muito bem à poda, brota muito. São feitas podas deformação, nos primeiros anos da planta, com o objetivo de lhe dar a forma adequada e de frutificação, quando a pereira já está produzindo, para melhorar a produção. Os dois tipos de poda são feitos durante o repouso vegetativo, no inverno, quando a pereira está sem folhas. Para dar a forma adequada à pereira (para abrira planta), os ramos são curvados e amarrados com cordão.
Tratos culturais
É preciso capinar ou usar cobertura morta para combater as invasoras. A cobertura morta, como a da macieira, uma vez feita não pode ser interrompida, pois a raiz aflora, e a planta sofre muito em caso de estiagem. Pode-se também usar plantas alelopáticas para impedir o crescimento das invasoras. Uma planta que não concorre com a pereira, porque tem a maturação mais tardia, é avica, que pode ser usada, então, como alelopática.
Consorciação
O milho, o feijão, a soja e outras plantas podem ser cultivadas junto com as pereiras, durante seus primeiros anos de vida.
Pragas e doenças
A mosca-da-fruta é a principal praga que ataca a pereira. Pode ser controlada com armadilhas e iscas. As mariposas e outros insetos noturnos podem ser combatidos com armadilhas luminosas, colocadas sobre vasilhas com água, onde os insetos caem e morrem, depois de voar em tomo da isca até cansar. As principais doenças são a entomosporiose e a sarna.
Quebra da dormência
Algumas variedades de pêra precisam de uma quantidade de frio que as nossas regiões produtoras não têm, para a quebra da dormência, ou seja, para o florescimento. O agrônomo Matsuyosni Murata desenvolveu uma fórmula que usa para a quebrada dormência da pêra okussankith no Estado de São Paulo. Essa fórmula consiste na mistura de água com 12 a 15% de Calciocianamida e 4 a 5% de Triona B. Dependendo das variações de temperatura, aplica-se de 1 a 2 L da mistura por planta por meio de pulverização.
Rotação de culturas
A pereira começa a produzir com 3 ou 4 anos, atinge o auge de produção do 6º ao 15° ano e sua fase de exploração dura de 20 a 30 anos. No fim dessa fase, o pomar deve ser erradicado e em seu lugar cultivadas plantas anuais, como o milho, por exemplo, durante um período de no mínimo 3 anos. Só depois poderão ser plantadas novas pereiras no mesmo local.
Colheita
A colheita é feita quando os frutos estão "de vez", o que é indicado pela coloração. A maturação se completa em lugar fresco e ventilado. A produção só começa a ser significativa por volta do quinto ou sexto ano da pereira. Uma pereira de tamanho médio produz de 40 a 50 kg/ano de frutos, se bem tratada. A okussankith produz 10 kg por planta no quinto ano, e no décimo ano chega a produzir 100 kg ou mais. Boas produções de algumas variedades podem chegar a 150kg/ano. O armazenamento deve ser feito em câmara fria, onde as variedades europeias se conservam melhor e melhoram seu sabor. As variedades orientais aguentam até quinze ou vinte dias sem refrigeração. Tanto as europeias quanto as orientais resistem um mês ou mais em ambiente refrigerado. A pêra é comercializada ao natural, e parte da produção é industrializada.
Composição nutricional por 100 g
56 calorias, 0,3 g de proteínas, 6 mg de cálcio, 10mg de fósforo, 0,5 mg de ferro, 2 mmg de vitamina A, 0,02 mg de vitamina B1 0,03 mg de vitamina B2 e 5 mg de vitamina C.
Fotos
NAKASU, B.H. Introdução. In: Nakasu, B.H.; Quezada, A.C.;Herter, F.G. Pêra. Produção. Pelotas: Embrapa Clima Temperado. Brasilia: Embrapa Informação Tecnológica, 2003. 105p
II Reunião Técnica da Cultura da Pereira, 2008. Anais, Universidade do Estado de Santa Catarina, Lages, SC, 48p, 2008.
boa tarde...por gentileza si poderem me ajudar..plantei uma muda de pera aq na chácara e em volta do pé bem embaixo rente a terra enfim a dúvida é devo tirar os brotos ou não? Agradeço desde já Fernando.
ResponderExcluirboa tarde...por gentileza si poderem me ajudar..plantei uma muda de pera aq na chácara e em volta do pé bem embaixo rente a terra Nasceram vários brotos enfim a dúvida é devo tirar os brotos ou não? Agradeço desde já Fernando.
ResponderExcluirse for abaixo do porta enxerto tem que tirar amigo aminha muda tambme sairam brotos e folhas abixo do porta enxerto
ResponderExcluirBom dia a pera Willy ela está em qual categoria.orientais ou europeias.e se presiza de outro pé para polenizacao e se vai bem no estado de são Paulo.obrigado
ResponderExcluirBoa tarde, Sabem me informar onde consigo mudas da pêra Triunfo e Seleta?
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