O Cará (Dioscorea alata L., originário do Brasil e Dioscorea caveniensis var. ronundata, da África) é uma herbácea trepadeira, com tubérculos feculentos que contêm as principais vitaminas do complexo B. E amplamente cultivado em regiões tropicais, servindo de alimento nas Américas Central e do Sul, na Ásia e nas ilhas do Pacifico. No Nordeste brasileiro é ainda conhecido como inhame, que é outra cultura. A confusão de no mês deve-se ao nome do cará em espanhol (liame) e em italiano (igname). As folhas são estreitas, em forma de ponta de lança, e os tubérculos subterrâneos. A espécie Dioscorea alata também possui tubérculos aéreos.
O gênero Dioscorea tem seiscentas espécies, quatorze usadas como alimento, algumas têm finalidade farmacológica, no Brasil, as mais produzidas são a flórida, a caipira, o cara-mimoso e o cará da costa, este último rico em carboidratos, proteínas, vitamina C, riboflavina e ácido nicotfnico. (Ver foto das variedades no final deste artigo)
Clima e solo
Desenvolve-se bem em clima quente e úmido, não tolera frio e geadas. Prefere temperaturas de 25 a 30°C e chuvas em torno de 1.500 mm/ano com dois a cinco meses de estiagem os solos devem ser leves, com boa aeração bem drenados, areno-argilosos ou areisos, com pH 6,0 a 6,6. No Nordeste adapta-se aos solos de aluvião.
Plantio
O melhor método é o carmalhão, os outros são cova funda, montículo e no plano. A propagação é feita por meio de tubérculos-semente, pesando em média 50 g, plantados inteiros. Para adubação, usam-se fosfatos naturais ou aproveita-se o efeito residual de outra cultura. Em regiões altas e frias do Centro-Sul, planta-se no período quente e chuvoso e, quando as temperaturas são elevadas, no período seco, para prolongar o ciclo vegetativo e aumentar a produção. Nas regiões baixas, com inverno ameno, planta-se de junho a setembro. Em São Paulo, o plantio é feito em setembro. No Nordeste, as chuvas são benéficas durante o desenvolvimento das túberas. O plantio é feito a 10 cm de profundidade; em camalhão é feito com espaçamento de 1,20 m entre as filas, e 0,40 a 0,60 m entre as plantas. Com espaçamento de 0,40 m, utilizando-se rizomas-semente com tamanho médio de 100 g, gastam-se quase 2 100 kg/ha. Com espaçamento de 0,60 m, gastam-se aproximadamente 1400 kg. O plantio em montículo ou cova funda, com espaçamento de 1,25 x 0,80 m, gasta 500 kg/ha.
Tratos culturais
No Centro-Sul a cultura é rasteira, exigindo capinas e amontoas, antes que as hastes, que chegam a ter de 4,00 a 6,00 m de comprimento, se entrelacem. No Nordeste, costuma-se tutorar o cara-da-costa, utilizando-se estacas de 2,00 m ou pouco mais. As capinas devem ser feitas durante todo o ciclo da cultura, e é aconselhada a cobertura morta para manter a terra arejada e favorecer o crescimento das raízes.
Pragas e doenças
O cará raramente é atacado por pragas, Nematóides são um problema em solos leves, apodrecendo as túberas, As doenças são o mosaico e a antracnose.
Colheita e rendimento
O ciclo cultural do cará é de cinco a seis meses. Faz-se a colheita quando a planta apresenta folhas amarelas e os ramos secos. Em camalhões, usam-se arados de aiveca para facilitar a operação. Retira-se li terra e as raízes dos tubérculos, estocando-os em galpões arejados. Nas culturas do Centro-Sul, obtêm-se de 15 a 25 t/ha: no Nordeste, com o 'Carã-da-Costa', até 40 t/ha. A média mundial é de 9,4 t/ha. Em São Paulo, a colheita é feita em março-abril.
Composição nutricional por 100 g
135 calorias, 2,3 g de proteínas, 28 mg de cálcio, 52 mg de fósforo, 1,6 mg de ferro, 5 mmg de vitamina A, 0,05 mg de vitamina B1,0,03 mg de vitamina B2 e 12 mg de vitamina C.
Fotos
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Cará do gênero Dioscorea cayennensis |
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Cará do gênero Dioscorea alata |
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