O café (Coffea arabica L.). originário da Etiópia, na África, tem sua história bastante conhecida pelos brasileiros. O Brasil é seu maior produtor e maior exportador mundial. Os maiores produtores brasileiros foram Minas Gerais, São Paulo, Paraná e Espírito Santo. Esses quatro estados produziram 92% do total brasileiro, Entre os demais estados produtores, destaca-se a Bahia. A maior produtividade média também foi conseguida por Minas Gerais, com 2054 kg/ha, vindo a seguir o Espírito Santo com 1398 kg/ha.
Cultivado em região de clima próprio e terras férteis ou fertilizadas corretamente, o cafeeiro não apresenta deficiência de elementos nutritivos. Mas, na falta de algum elemento essencial ao equilíbrio nutricional da planta, ele emite sinais que permitem ao observador identificar essa deficiência. A seguir estão descritos os principais sintomas de carência mineral apresentados pelo cafeeiro:
• Nitrogênio
É o elemento mais consumido para a formação da planta, e o que tem maior mobilidade no solo. Nas plantas deficientes em nitrogênio, as folhas perdem gradativamente a cor verde, tornando-sé amarelas. A correção é feita com a aplicação de adubo nitrogenado no solo (a reação é rápida) ou a pulverização de fertilizante apropriado, na estação seca.
• Potássio
Consumido em grande quantidade, é o elemento presente em maior quantidade nos frutos e na casca da planta. Sua deficiência é indicada, pelo aparecimento de pontos escuros, necrosados (parecendo queimados) nas bordas das folhas. Quando a deficiência é aguda, ocorre inclusive a queda das folhas. Esses sintomas começam a aparecer primeiro nas folhas velhas. A carência deve ser prevenida pela adubação com adubos potássicos nas doses indicadas. Dependendo da disponibilidade de potássio no solo, às vezes a adubação pode ser feita por fertilizantes potássicos como cinzas e palha de café, que representam custos mais baixos.
• Magnésio
As folhas se tornam amarelas entre as nervuras (que permanecem verdes). A correção é feita com a aplicação de calcário dolomítico ou magnesiano em quantidade que eleve o teor de magnésio do solo para 1,0 eq mg (equivalente miligrama) por - 100 ml de terra(esses dados podem ser obtidos por análise do solo).
• Cálcio
Sua deficiência é denunciada pela clorose, que é a coloração amarelo-esverdeada e pálida, que começa nas margens das folhas novas e vai-se irradiando para a parte central. Limita o desenvolvimento do sistema radicular e provoca a morte de radicelas (pequenas raízes), ocasionando desequilíbrio nutricional, a planta sofre mais nos períodos secos. A deficiência também é evitada preventivamente, com a aplicação de calcário no solo, de maneira que se eleve o teor de cálcio para 3,0 eq mg por 100 ml de terra. O calcário pode ser calcítico, magnesiano ou dolomítico, dependendo do teor de magnésio existente no solo. A proporção ideal é de 3,0 eq mg de cálcio para 1,0 eq mg de magnésio.
• Zinco
As folhas novas são muito pequenas, cloróticas (amarelo-esverdeadas e pálidas), acanoadas. Os ramos têm espaços curtos entre os nós e ressecam em grande número. A correção é feita com pulverizações de 0,6% de sulfato de zinco. E conveniente juntar à pulverização 0,3% de ácido bórico, uréia e um adubo que contenha fósforo. Não deve ser adicionado nenhum inseticida ou fungicida. Nos solos arenosos e leves, a adição de 1 % de zinco na adubação normal previne contra a deficiência, Nos solos pesados, muito argilosos, como a terra roxa, não se deve incluir zinco na adubação normal.
• Boro
Sua deficiência é muito comum. Os sintomas são a morte dos brotos e superbrotamento dos ramos (conhecido como vassoura-de-bruxa), e a morte das radicelas (o que torna o cafeeiro muito sensível à seca). As características dessa deficiência são inconfundíveis. A correção preventiva é feita com a adição de 0,5% de bórax nas adubações normais, em qualquer tipo de solo. Depois que a deficiência aparece, a correção é feita com a pulverização de 0,3% de ácido bórico no período de desenvolvimento das plantas. Neste caso, deve-se incluir na fórmula 0,6% de zinco, 2% de MAP e 1% de uréia.
•Ferro
Com sua deficiência, as nervuras das folhas permanecem com a cor verde normal, mas entre elas aparece a clorose. Ocorre em solos de pH muito elevado e são pouco importantes, passageiras, não havendo necessidade de correção.
• Cobre
Com sua deficiência, as folhas novas - ficam deformadas, com nervuras salientes que parecem costelas. É pouco comum nos solos adequados para café. Quando ocorre com intensidade, para corrigir é preciso pulverizar com sulfato de cobre a 0,5%.
Toxidez
Assim como a falta de nutrientes é prejudicial ao cafeeiro, o excesso de alguns elementos também é, e pode causar o envenenamento da planta.
• Toxidez de mercúrio
Ocorre quando as sementes são tratadas com fungicidas mercuriais. Prejudica a germinação, e as plantas crescem com folhas estreitas e longas, o que os cafeicultores conhecem como "café macho". Para que isso não aconteça, não se deve tratar as sementes,d e forma alguma, com sais de mercúrio.
• Toxidez de boro
Os sintomas são manchas amarelo-claras e cloróticas, mais intensas nas pontas e nas bordas das folhas, A adubação adequada já é um preventivo contra essa toxidez. Quando ela ocorre, suspende-se imediatamente a aplicação de boro.
• Toxidez de manganês
É comum no cerrado, em terras muito ácidas ou solos adensados. É provocada pelo uso constante de adubos químicos nitrogenados (que são acidificantes) sem a necessária correção da acidez. Os ramos ficam com internódios curtos, folhas miúdas e coloração verde amarelada. A correção é feita com aplicação de calcário para corrigira acidez e, em solos adensados, com subsolagem.
• Toxidez por herbicidas
O uso de herbicidas pode provocar até a morte das plantas. Só se deve usar esses agrotóxicos em condições especiais e com assistência técnica adequada.
Distúrbios fisiológicos
Causados por variação intensa da temperatura, plantio muito profundo das mudas e outros fatores
Canela de geada. Nos cafeeiros novos, em anos muito frios, pode ocorrer a morte da casca junto ao solo. E comum a brotação abaixo da lesão, e que a planta acabe se recompondo.
• Descoloração pelo frio
Há descoloração das folhas- que sofreram a ação do frio quando ainda estavam na fase de broto (gema foliar). Não afeta a produção.
• Escaldadura
Ocorre em mudas novas, não acostumadas com o sol, antes de serem levadas ao campo. Parte das folhas se queima, mas a planta se recupera. Em cafeeiro adulto, pode ocorrer escaldadura em folhas novas.
• Lesão do colo
O aquecimento excessivo do terreno, especialmente dos solos arenosos, pode afetar o colo da planta (a parte de transição entre a raiz e o caule). Nas regiões muito quentes, novos plantios devem ser protegidos com cobertura morta em torno das mudas. Em regiões de clima mais frio, no inverno, a cobertura morta muito densa pode provocar até a morte das plantas, pela queda acentuada da tempera (que chega de 4 a 6°C abaixo da temperatura do nível do solo.
Fonte: Eng. Adro. Walter Lazzarini
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