A Araruta (Marama arundinacea L.), conhecida também por vários outros nomes,como agutiguepe, araruta-caixulta, araruta-comum, araruta-palmeira e embiri, é uma erva arbustiva provavelmente originária do Brasil, pertencente à família das amarantáceas, que produz frutos com sementes vermelho-claras e rizoma (caule subterrâneo) que, ralado, fornece uma fécula branca, nutritiva, excelente alimento (especialmente para crianças e enfermos, por sua fácil digestão). Do rizoma fresco da araruta é extraído um suco que era utilizado pelos índios em ferimentos provocados por flechas envenenadas, mordidas de cobras e picadas de insetos.
A espécie que produz fécula de melhor qualidade tem rizomas claros, em forma de fuso, cobertos com escamas e que atingem até 30 cm de comprimento, dependendo da qualidade do solo, embora meça normalmente de 10 a 25 cm. É de fácil propagação. A araruta-escura, comum em Minas Gerais, produz rizomas na superfície da terra, é muito volumosa e forma touceiras bastante desenvolvidas. O rizoma ralado produz fécula negra e de qualidade um pouco inferior à da primeira espécie; ela precisa ser lavada várias vezes para perder a camada escura de graxa. Sua cultura não é aconselhável.
Clima e solo
A araruta é de origem tropical, de clima quente e úmido, mas pode ser plantada até a latitude de 30° e a altitude de 2 000 m. Os melhores solos são areno-argilo-humosos, leves, porosos e com bastante matéria orgânica, para garantir a boa produção de rizomas. Os terrenos excessivamente úmidos devem ser evitados, porque provocam o apodrecimento dos rizomas.
Plantio
É feito na época das chuvas, quando os rizomas começam a brotar. Em Minas Gerais, vai de setembro a dezembro. As covas ou sulcos devem ter de 10 a 15 cm de profundidade. Os melhores rizomas são pequenos (5 cm) e pontudos. Devem ser plantados de 3 a 5 cm cada cova e cobertos com uma camada de 5 em de terra. A distância entre pés e fileiras varia com a fertilidade do terreno. Normalmente, é de 50 cm entre os pés e de 100 cm entre as fileiras. Pode-se cultivar a araruta em volta de terreiros, com distância de 40 cm entre os pés e de 60 cm entre as fileiras, formando-se 3 carreiras. Esse método segura o lixo das varreduras - excelente adubo, mantendo o terreiro sempre limpo. Na época da colheita, a folhagem freqüentemente permanece verde, por causa da quantidade de matéria orgânica depositada. Com o espaçamento de 1 x 0,50 m, tem-se 20.000 covas/ha.
Tratos culturais
O solo deve estar sempre bem arejado e livre de plantas invasoras. Recomenda-se também fazer amontoas (chegar terra às plantas quando necessário) .
Colheita
É feita com enxadão, 10 a 12 meses depois do plantio, quando as folhas murcham e mudam a coloração para parda e, depois, amarelo-esbranquiçada, e os rizomas produzem fécula em maior quantidade - até 26% do peso da araruta. Em torno do terreiro, a produção é bem maior do que no campo. Os rizomas de araruta escura não precisam ser arrancados todo ano, pois brotam na primavera seguinte, quando as touceiras ficam maiores. A produção de 15 a 20 t/ha é considera boa.
Industrialização
Obtém-se a fécula de araruta pelo mesmo processo da mandioca, podendo até ser adaptado o mesmo maquinário. O rendimento industrial é de 15 a 18%, ou seja, 100 kg de araruta dão de 15 a 18 kg de fécula. As operações de obtenção do pó branco e sem cheiro da araruta (fécula) consistem na lavagem das raízes, raspagem da casca, lavagem dos rizomas sem a casca, moagem, separação do bagaço (por lavagem e coamento), decantação da fécula, purificação, secagem e pulverização e, finalmente, acondicionamento.
Composição nutricional por 100 g
125 calorias, 1,7 g de proteínas, 118 mg de cálcio, 390 mg de fósforo, 4,2 mg de ferro, 0,13 mg de vitamina B1, 0,02 mg de vitamina B2 e 7 mg de vitamina C.
Por 100 g de fécula
342 calorias, 0,4 g de proteínas, 7 mg de cálcio, 22 mg de fósforo, 1,2 mg de ferro e 0,04 mg de vitamina B1.
Fotos
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