A beterraba-açucareira ou sacarina (Beta vulgaris L.) é originária da Europa, onde se encontra cerca de 80% da produção mundial (que é de 30 milhões de toneladas de açúcar de beterraba). Cultura de ciclo bienal, no primeiro ano desenvolve uma raiz rica em açúcar e, no segundo, em condições climáticas adequadas, floresce e produz sementes. As variedades atuais contêm de 16% a 18% de açúcar na matéria seca e potencial de produção de álcool em tomo de 80 a 95 l/t de raízes. Recentemente introduzida no Brasil em pesquisa no Rio Grande do Sul e Santa Catarina, constitui fonte alternativa para a produção de álcool e forragem de bom valor nutritivo. Além disso pode ser opção para um programa de rotação e diversificação de culturas no inverno. Na América do Sul, apenas o Chile e o Uruguai produzem açúcar de beterraba. Uma limitação para a sua cultura no Brasil é a não produção de sementes no país. Por enquanto elas precisam ser importadas.
Clima e solo

Variedades
Existem muitas em todo o mundo. As principais países produtores desenvolvem as suas próprias. Em 1980, a Embrapa introduziu em Pelotas variedades da Alemanha, que produziram em média 38 t/ha. Ao contrário da beterraba alimentar (chamada "hortícola"), que é de cor vermelho-escura, a beterraba açucareira é clara, de cor branca, amarela ou pardacenta e são raras as variedades avermelhadas.
Preparação do solo
Deve ser preparado seguindo as curvas de nível, para permitir rápida infiltração e boa retenção de águas das chuvas.
Plantio
A época de semeadura é fundamental, pois o clima exerce influencia decisiva na qualidade e rendimento do produto. No Uruguai, país que cultiva a beterraba-açucareira há décadas para a produção de açúcar, costuma-se semeá-la entre 15 de março e 15 de junho. Para isso, a preparação do terreno é indicada em novembro. Em experiências realizadas no Brasil, as épocas de plantio mais produtivas foram de 30 de maio a 30 de junho em Pelotas (RS), no dia 20 de junho em Campos Novos (SC) e 22 de julho em Chapecó (SC).
Espaçamento
De 40 a 50 em entre fileiras e de 25 a 30 cm entre as plantas após o desbaste (feito quando apresentam o primeiro par de folhas verdadeiras). A população de plantas influi diretamente na produção de raízes. Uma população de 75000 a 85000 por hectare proporciona maior rendimento de raízes e maior volume de massa verde. De eleva-do valor nutritivo, esse material pode ser dado diretamente aos animais ou ser incorporado como matéria orgânica para o cultivo seguinte.
Tratos culturais
Controle das plantas invasoras que competem com a cultura, podendo reduzir a produção de raízes de-pendendo da densidade da infestação. Fazer desbaste (trinta dias após a semeadura) e capinas manuais.
Pragas e doenças
Nos países tradicionalmente produtores, a beterraba-açucareira é atacada por vários insetos, mas no Brasil não existem informações sobre pragas. Entre as doenças, a podridão das raízes, a podridão-preta e as manchas-das-folhas podem ser controladas com o uso de variedades resistentes ou tolerantes e com a rotação de culturas. A beterraba não deve voltar à mesma área antes de três anos, por causa do perigo de infestação, principalmente por nematóides. Por isso deve ser precedida de culturas como tomate, batata e colza e seguida de,cereais como sorgo, milho, trigo e também alfafa.
Colheita
De 165 a 180 dias depois que as plantas brotarem, quando as raízes apresentam a maior concentração de açúcares. Desfolhar, descoroar (cortar cerca de 2 em da parte superior da raiz), arrancar e transportar as raízes diretamente para o local de processamento. a rendimento médio de raízes é de 30 t/ha.
Fotos
Fotos
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Ao contrario da beterraba alimentar que é vermelha-escura, a beterraba açucareira é branca amarela ou parda |
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Plantação de beterraba açucareira |
Nematoides na cultura da beterraba disponível em: http://www.cnph.embrapa.br/paginas/serie_documentos/publicacoes2010/ct_85.pdf. Acesso atualizado em 05/03/2015.
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