O chuchu (Sechium edule SW.), hortaliça provavelmente originária da América Central, de onde teria se difundido por diversos países de clima quente e até mesmo temperado, já teve muito pouco valor econômico no Brasil. Houve tempo em que era destinado, quase que exclusivamente, para alimentação animal, mas aos poucos começou a ganhar importância na mesa dos brasileiros, a tal ponto que, em 1981, já ocupava o quinto lugar entre as hortaliças mais comercializadas no país, com volume médio superior a 500 t/dia.
Altamente nutritivo

Clima e solo
As temperaturas mais indicadas para o chuchuzeiro vão de 13 a 27°C. Temperaturas mais altas provocam a rotação em excesso e a queda das flores e frutos; mais baixas, prejudicam a produção. A planta é bastante sensível às geadas. Em tomo de 1.000 m de altitude, atravessa bem o verão, produzindo o ano todo, como acontece nas serras e grotões úmidos do Rio de Janeiro e do Distrito Federal. Perto de Brasilia, chega-se a produzir 140 tha/ano. Os ventos podem quebrar as ramas e as brotações novas ou a queda dos frutos ainda pequenos, diminuindo a produtividade. Por isso, recomenda-se o plantio de árvores, que atuem como quebra-ventos. Os solos mais adequados para o chuchuzeiro são os mais soltos, areno-argilosos, ricos em matéria orgânica e de boa fertilidade. Ele não suporta excesso de água no solo, que deve ser bem drenado e fácil de irrigar. Usam-se com freqüência os solos de baixadas com boa drenagem, de maneira que não haja perigo de encharcarnento.
Plantio
Apesar de pertencer à mesma família da abóbora, moranga, pepino, abobrinha, melancia, melão e maxixe (as cucurbitáceas), que são culturas anuais, o chuchuzeiro é uma planta perene, que pode ser cultivada o ano todo e produz continuamente, a não ser do Rio Grande do Sul até São Paulo, onde tem ciclo anual, por causa do frio. Nos demais estados, o cultivo durante o período seco depende da possibilidade de irrigação, e, no período chuvoso, de drenagem. As épocas mais recomendadas para o plantio são de outubro a fevereiro nos Estados do Sul e São Paulo; de agosto a março no restante do Sudeste e no Centro-Oeste; e no ano todo no Nordeste (se houver irrigação) e no Norte. O espaçamento recomendado é de 5 x 5 m até 7 x 7 m. Os adubos orgânicos devem ser espalhados com uniformidade pelo terreno, e os minerais caso sejam necessários em círculo de 60 cm em torno das covas de 50 a 60 cm de boca e 30 a 40 cm de profundidade. As mudas são preparadas simplesmente pela seleção de frutos bem formados e vigorosos, que devem ser colocados em lugar seco, ventilado e sem incidência de luz direta. Em duas semanas inicia-se a/sua germinação e, quando o broto atingir 10 a 15 cm de altura, a muda estará pronta para ser levada ao campo. O plantio se faz apenas com a colocação da muda sobre o terreno preparado. Em contato com o solo, as raízes se desenvolvem rapidamente.
Polinização
Para conseguir boa produtividade, é necessária a presença de abelhas que façam a polinização. Nesse aspecto, tem-se verificado a maior participação da abelha irapuá (nativa e sem ferrão) do que da Apis mellifera, (espécie da qual as mais conhecidas são a africana e as européias) nos chuchuzais.
Tratos culturais
A parte mais cara da produção do chuchu é a construção da latada (ou caramanchão), uma trama de arames a 1,80 m de altura, apoiada em mourões e suportes, para a condução do chuchuzeiro trepadeira que chega a ter 15 m de rama. Para 1 ha, usam-se 150 mourões esticadores, 1.000 postes de suporte, 1.200 m de arame liso, fio n° 14 ou 16, Os espaçamentos entre os mourões é de 9 x 9 m e, entre os postes, de 3 x 3 m. Com o fio 12 faz-se a malha 50 x 50 cm, tudo a 1,80 m de altura, para facilitar a locomoção embaixo. A latada deve estar pronta 60 dias depois do plantio. Outro trato necessário é a retirada das ramas e folhas secas e a amarração dos novos brotos que surgem na planta, perto do solo. Como as raízes do chuchuzeiro são pouco profundas (20 cm de profundidade), a planta é muito sensível à falta de água e pode precisar de irrigação numa fase do ano. A cobertura morta diminui a necessidade de irrigação e melhora as condições de produção.
Pragas e doenças
As pragas raramente conseguem provocar grandes danos ao chuchuzeiro. Ramas e frutos são atacados por brocas, e as folhas por ácaros. O controle, da broca é feito por meio de podas e queima das partes atacadas. O uso de inseticidas não é necessário, nem aconselhável, porque a produção de frutos depende de abelhas para a polinização das flores. A cultura apresenta problemas filossanitários. As principais doenças são: oídio, favorecida por tempo seco, que chega a provocar grandes prejuízos; a antracnose, por chuvas ou irrigações excessivas, alta temperatura e alta umidade relativa do ar; a mancha-das-folhas, que se desenvolve em temperatura amena e alta umidade relativa do ar, e os nematóides de galhas.
Colheita
O chuchuzeiro dá seus primeiros frutos em ponto de colheita de 90 a 120 dias depois do plantio. A melhor época para colhê-los é aos 14 dias depois da abertura das flores, quando eles têm de 200 a 300 g e estão tenros. São necessárias duas a três colheitas por semana, para evitar que o chuchu passe do ponto. Começa-se a colher a partir dos quatro meses e continua-se colhendo por 6 a 7 meses, o rendimento médio é de cerca de 60 t/ha/ano nos principais estados produtores (RJ e SP), mas em outros lugares, há chuchuzeiros de até sete anos, sem renovação, que dão até 30 t/ha/ano. No litoral, onde são renovados anualmente, o rendimento chega a pouco mais de 60 t/ha/ano.
Classificação e embalagem
Por tamanho, as classes são as seguintes: graúdo, com 12 cm ou mais de comprimento e 5 a 10 cm de maior diâmetro; miúdo, de 7 a menos de 10 cm de comprimento e menos de 5 cm de diâmetro. Na classificação por tipos, o tipo extra é aquele que tem no máximo 5% de frutos com defeitos; o especial, 5 a 10%; o tipo três, 10 a 20%; e o tipo quatro, até 30%. Os defeitos geralmente são deformações, manchas, ferimentos, doenças ou pragas. As embalagens mais comuns são as caixas K. A caixa deve conter só frutos da mesma classe (tamanho), com indicações da classe, tipo de fruto e nome do produtor.
Composição nutricional por 100 g
31 calorias, 0,9 g de proteínas, 12 mg de cálcio, 30 mg de fósforo, 0,6 de ferro, 2 mmg de vitamina A, 0,03 mg de vitamina B1, 0,04 mg de vitamina B2 e 20 mg de vitamina C.
Fotos
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LOPES, J. F. OLIVEIRA, C. A. da S. FRANÇA, F. H. CHARCHAR, J. M. MARISHIMA, N. FONTES, R. R., A cultura do chuchu, Brasília, DF: EMBRAPA-SPI; Embrapa Hortaliças, 1994.
Bom dia, como consigo um projeto para fazer a construção da latada ?
ResponderExcluirBooa noite minha parreira de chuchu foi td destruida pela broca na rama tem algum agrotoxico q eu possa usa q vai cobate elas no caso tenha q ser um sistémico
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