A Oliveira (Olea europaea L.) é uma oleácea originária da
região mediterrânea, e os frutos comestíveis fornecem o óleo conhecido
mundialmente como azeite de oliva. O tronco grosso e tortuoso, com galhos e
folhas acinzentados, atinge até 15 m de altura. As flores brancas podem ser ou
não hermafroditas. São diversas as variedades de oliveira, umas próprias para a
produção de azeitonas, destinadas ao consumo em espécie, e outras mais propícias
à produção de azeite. Planta típica de clima subtropical, no Brasil é produzida
no Rio Grande do Sul, no Paraná e na cidade mineira de Maria da Fé, onde os técnicos
da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) pesquisam seu
cultivo há anos.
Clima e solo

Propagação e plantio
A reprodução da
oliveira é feita por meio de sementes,
estacas ou enxertia. Um método que gera
plantas sadias, por baixo custo, é o de
multiplicação por toletes (pedaços de raízes já adultas), obtendo-se
mudas de pé-franco. A planta demora de dez a doze anos para produzir comercialmente. Esse método é utilizado em Portugal, Espanha, Itália e Grécia, onde há muitas matrizes centenárias que podem fornecer milhares de toleres sem prejudicar as árvores.

Há vários processos
de enxertia, e o que dá resultados mais
rápidos é o murayama, que faz a oliveira
começar a produzir com 2 anos. A produção
a nível comercial começa aos 5 ou 6 anos, o que representa uma economia de cinco ou seis anos em relação aos outros métodos. O porta-enxerto
utilizado é uma planta ornamental
usada para cercas-vivas ou como árvore
de sombra, chamada ligustro (Ligustrum ovarifolium Hassk.) O tipo de enxertia utilizado é o de garfagem lateral. A estaquia
é feita em junho-julho, quando se
colocam as estacas de ligustro, com 40
cm de comprimento, em terreno prepara do, com espaçamento de 100 x 20 cm,
ou em jacá. O ponto de enxertia fica a 6
cm do solo e o decote do porta-enxerto
(o corte) do cavalo deve ser feito 20 cm
acima do enxerto, com 10 cm de
ponteiro para enxerto. O transplante se
faz 1 ano depois, para covas de 60 x 60
x 60 cm, de modo que o ponto de enxertia
fique 10 cm abaixo do nível do solo, sobrando,
portanto, 10 cm do porta-enxerto (que foi cortado 20 cm acima do ponto de enxertia)
fora do solo. O espaçamento entre as
plantas é 10 x 10 m. Dessa forma, o ligustro continua vegetando junto
com a oliveira e até passando para ela a
seiva bruta. Assim, a oliveira recebe
mais "alimento" - uma garantia de sobrevivência. Mas como o
porta-enxerto continua vegetando junto,
é preciso fazer desbotas temporárias
para que ele não a domine.
Um método, de
enxertia mais simples, embora menos
garantido, é o gaúcho, que consiste em
cortar o porta-enxerto 5 cm acima do
solo, em dezembro (as estacas de
ligustro devem ter sido plantadas em
junho ou julho), e fazer-se a enxertia por garfagem de topo, com ponteiros de 1 ano, cobrindo-se o enxerto com terra. Em junho ou julho do ano seguinte, transplantam-se as mudas enxertadas para jacás,
laminados ou latas, que são depositados à sombra de árvores ou em ripado. Com um ano e meio, quando atingem 50 a 80 cm,
as mudas vão para o local definitivo, enterrando o ponto de enxertia de 10 a 15 cm. Com esse método, a oliveira produz entre 6 a 8 anos, mas podem ocorrer
muitas falhas, por morte das mudas
causada por doenças ou pela morte prematura do porta-enxerto, antes que
a oliveira tenha se enraizado. O processo paulista é igual ao gaúcho, com a
diferença de que o enxerto é lateral, em
T.
Variedades

Consorciação
É comum o cultivo
da oliveira com outras culturas como o
feijão, a fava, a ervilha, a soja, o amendoim, o milho, o tomate, a batata e o
trigo, que devem ficar afastados 1 m
dos pés de oliveira.
Polinização
Convém misturar, em
um mesmo pomar, três ou mais variedades para haver polinização. São
aconselháveis como polinizadoras a Manzanella
e a arbequina.
Tratos culturais
Resumem-se em limpeza de terreno, adubações pra
corrigi-la e podas de formação e de
frutificação.
Pragas e doenças
A praga que mais
ataca o oliveiral é a cochonilha; as outras são a galha-dos-troncos, moscas e
brocas. As doenças são a tuberculose,
provocada por uma bactéria que ataca os
caules, a fumagina, ocasionada por um fungo
que ataca folhas, talos e caules, e o oídio.
Colheita e rendimento

A oliveira é uma
árvore milenar, com longevidade comprovada pelas árvores do Horto das Oliveiras,
em Jerusalém, que têm mais de 2000 anos. A grappolo 541 produz, em média, 20 kg/planta/ano.
Portanto, com o plantio de 100 plantas/ha, a produção será de 2 t/h/ano.
A conserva
A azeitona, quando colhida, é adstringente e amarga. Um
método caseiro para fazer conserva de azeitonas verdes consiste em colhê-las
quando estão bem desenvolvidas, começando a mudar de cor, e proceder da
seguinte forma: a) guardá-las a recipiente de água bem limpa durante 40 ou 50
dias, renovando-se a água diariamente; b) colocar as azeitonas durante 9 dias em
salmoura preparada com 35 g de sal em água; c) colocar, em seguida, durante
17 dias, em salmoura com 80 g/l de sal em água; d) a partir daí, deixar por
tempo indeterminado (até quando se quiser usarias) em salmoura com 100 g/l de
sal em água.
Composição nutricional por 100 g
123 calorias, 1,3 g de proteínas, 73 mg de cálcio, 17rng de
fósforo, 1,6 mg de ferro, 20 mmg de vitamina
A, 0,2 mg de vitamina B1 e 0, 12 mg de vitamina B2.
Fotos
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