O caquizeiro (Diospyros kaki, Linn.) é uma árvore que pode chegar até 12 m de altura, originária da China, de onde foi para o Japão e daí se espalhou por todos os continentes. É uma fruta que se adapta bem ao clima subtropical e temperado. Foi trazida para o Brasil no século passado, mas só com a chegada dos imigrantes japoneses seu cultivo se tomou economicamente importante. São Paulo, principalmente nos municípios vizinhos da capital, tem 730 000 dos cerca de 1 milhão de caquizeiros do Brasil e produz 2,6 milhões de caixas de 26 kg com uma média superior a 100 kg por árvore, havendo caquizeiros que chegam a produzir mais de 400 kg.
Variedades

Clima e solo
No Brasil, os climas apropriados
para o caquizeiro encontram-se do Rio Grande do Sul a São Paulo (menos no
noroeste) e nas áreas montanhosas de Minas Gerais e Rio de Janeiro. Pode ser
cultivado também, embora com maiores dificuldades, no sul do Mato Grosso do
Sul, áreas montanhosas do Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso e Bahia, e até
mesmo em Garanhuns (Pernambuco). A temperatura preferida oscila em tomo de 15°C,
e ventos fortes prejudicam sua frutificação. Prefere os solos profundos permeáveis, bem drenados, férteis e com bom teor de matéria orgânica.
As melhores plantações de caquizeiros estãoem terras com essas qualidades, com bastante húmus e argilosas ou argilo-silicosas. Os solos encharcados, alagadiços,mal drenados, devem ser evitados.
As melhores plantações de caquizeiros estãoem terras com essas qualidades, com bastante húmus e argilosas ou argilo-silicosas. Os solos encharcados, alagadiços,mal drenados, devem ser evitados.
Plantio
O espaçamento
varia de 7 x 7 m para as variedades maiores, como a taubaté, em solos férteis e
profundos, e de 5 x 5 m para as variedades de copa pequena, como a fuyu e a
jirô, que podem ser plantadas em solos rasos e pobres. O espaçamento médio é de
6 x 6 m. A co-va, preparada com uma antecedência média de sessenta dias, deve
ter cumprimento, largura e profundidade de 60 cm. A preparação, além da correção de acidez do
solo, deve ser à base de esterco, farinha de ossos ou fosfato de rocha e
cinzas. A época de plantio é o inverno, quando as mudas já perderam suas
folhas.
Tratos culturais
São necessárias capinas superficiais para
controle das invasoras. É recomendável cobrir o solo sob a copa com palha ou capim, fazendo uma cobertura
morta, principalmente em regiões em que o verão é rigoroso. Recomenda-se ainda
repor no solo o mineral que o caquizeiro extrai dele para manter alta a
produção de frutos. Aconselha-se também a tutoragem, isto é, a colocação de
tutores ou escoras distribuídos ao redor da copa, para ajudar a planta a
sustentar seus galhos muito ramificados e pouco resistentes.
Podas
A poda de formação é feita para
o desenvolvimento de uma copa bem equilibrada (auxiliando também no problema da
tutoragem) e produtiva. Deixam-se apenas três ou quatro galhos bem distribuídos
em tomo da planta. O primeiro galho ficará a cerca de 50 cm do solo e os outros
com distância de 25 cm entre si. No ano seguinte, poda-se metade ou um terço
dos ramos conservados e continua-se podando anualmente, cada vez menos, até a
árvore tomar-se adulta, quando se passam a fazer podas de limpeza e
frutificação. A poda de limpeza se faz quando o caquizeiro está sem folhas,
eliminando-se os ramos secos, doentes e ladrões. A poda de frutificação,
realizada também nessa época, consiste em cortar as extremidades dos ramos
novos, para que se multipliquem.
Pragas e doenças
Os caquizeiros não são muito
sujeitos a pragas e doenças. Em algumas variedades, o que provoca a queda
exagerada de frutos ainda não maduros é a falta de polinização; nesse caso a
solução é plantar algumas árvores de flores masculinas, como a variedade IAC-5.
A doença mais grave que pode atingir o caquizeiro é a cercosposiose, conhecida como
mancha-das-folhas, porque, quando atacadas, as folhas ficam avermelhadas e caem
prematuramente, enfraquecendo a planta. Para seu controle, indica-se o
tratamento de inverno com a calda sulfocálcica a 32° Baumé (grau de densidade
da solução), diluída à base de 10 l para cada 100 l de água. No período vegetativo,
indica-se a calda bordalesa feita à base de 2,5 kg de cal virgem, 0,5kg de
sulfato de cobre e 100 l de água. Outras doenças que podem atacar o caquizeiro
são a antracnose, que atinge os ramos e os frutos, o mofo-cinzento, que nas
regiões mais frias e úmidas pode atacar as flores e as folhas, e a
podridão-das-raízes. Grande parte dessas doenças pode ser evitada plantando-se
mudas sadias, em solos bem drenados, arrancando e queimando mudas doentes e
evitando ferir as raízes das mudas durante o trans-porte e o plantio.
A principal praga que pode atingir o caquizeiro é a mosca-das-frutas, que deve ser combatida com iscas outras pragas são a lagarta-dos-frutos, as cochonilhas, o besouro de Limeira, o tripes, as brocas e os ácaros.
A principal praga que pode atingir o caquizeiro é a mosca-das-frutas, que deve ser combatida com iscas outras pragas são a lagarta-dos-frutos, as cochonilhas, o besouro de Limeira, o tripes, as brocas e os ácaros.
Colheita
O caquizeiro começa a frutificar
depois do terceiro ano de plantio. Calculando-se uma produção mínima de 100 kg
por árvore, em média, serão 27 700 kg/há/ano. O ponto de colheita é indicado
pela cor da casca do fruto, que vai passando do verde-claro para o ama-relo-avermelhado
nos caquis do grupo sibugaki (taninosos) e para o verde-amarelado nos frutos do
grupo amagaki (não taninosos). A colheita para o consumo doméstico deve ser
feita quando os caquis estão totalmente maduros. Para os frutos com finalidade
comercial, um pouco antes, cortando-se cuidadosamente o talo com um alicate e
evitando-se pancadas no acondicionamento e no transporte das frutas. A época de
amadurecimento vai de fevereiro a abril, e os melhores preços são alcançados no
início e no fim da colheita. Os caquis taninosos não completam a maturação sem
a interferência humana. Eles exigem um tratamento espe-cial para perder o
travo. Os métodos domésticos de conclusão da maturação são três. O primeiro
consiste em por I a 2cm cubico de vinagre no cálice do caqui, quando este já
está bem avermelhado. Conforme a variedade, três a oito dias depois ele já terá
perdido o travo. Outro processo é mergulhar o cálice do caqui numa vasilha rasa
com álcool, durante sete ou oito dias, e o último é colocar os caquis taninosos
numa câmara fechada, depois de queimar dentro dela algodão encharcado com
álcool, o que faz com que percam o travo em três a cinco dias. Para grandes quantidades,
em escala comercial, colocam-se os caquis em caixas e estas em estufas ou
quartos bem vedados. Utilizando-se vasilhas apropriadas, queimam-se carvão,
serragem ou óleo mineral com aporta fechada. A temperatura deve ser de 25 a
35°C, nunca podendo ultrapassar os 35°C, porque isso prejudicaria muito as frutas.
O método mais rápido é impregnar a estufa com gases resultantes da combustão de
carbureto de cálcio em água, na proporção de 200 g/m cubico de estufa. Depois de
sete a quinze horas, os caquis são retirados da estufa, classificados, embaladose
enviados ao mercado consumidor (São Paulo e Rio de Janeiro são os maiores). A maturação
é completada durante o transporte. Outra opção de mercado, principalmente para
as variedades sem semente, como a giombô, ushida n°1, trakoukakie hashiya, é a
transformação em passas, em desidratadores onde se movimenta o ar a uma
temperatura de 50 a 60 °C, fazendo com que o fruto perca com a umidade - 75% de
seu peso. A passa de caqui é muito saborosa, parecida coma tâmara, mas seu
aspecto é um tanto desagradável.
Composição por 100 g
78 calorias, 0,8g de proteínas, 6 mg de cálcio, 26 mg de
fósforo, 0,3 mg de ferro, 250 mmg de vitamina A, 0,05 mi de vitamina B1 0,05mg
de vitamina B2 e 11 mg de vitamina C.
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