A alfafa (Medicago Saliva L.), leguminosa originária da Asia Central, é considerada a "rainha das plantas forrageiras", por seu alto valor nutritivo e grande produtividade. Plantada já no ano de 700 a.c. pelos árabes e persas, talvez tenha sido a primeira herbácea a ser cultivada no mundo. O nome alfafa vem do árabe e significa "forrageira ótima". Adaptando-se a clima temperado, subtropical e até tropical, espalhou-se pela Europa e depois chegou à América. No Brasil, é cultivada no sul do país. Mas ainda é pouco plantada, provavelmente devido ao insucesso resultante do manejo inadequado. Nos países onde vem sendo cultivada com sucesso, têm-se obtido diversas variedades e espécies adaptadas a cada região. As mais conhecidas são Medicago saliva L., M. jalcata e M. media.
Clima e solo

Plantio
Antes do plantio, é necessário corrigir o solo com a aplicação de calcário. O espaçamento, no caso da variedade M. salivá L., é de 20 a 25 em, com enterrio de até 2 cm. Para a variedade crioula, o espaçamento mais indicado é de 30 cm. A variedade mais recomendada para o Sul é a crioula. Esta chega a produzir 36,9 t/ha de máteria seca. No inverno, produz 2 t/ha de matéria seca com alto teor de proteína. A semeadura pode ser a lanço, com cerca de 15 a 20 kg/ha de sementes de boa qualidade; em caso de pastos mistos, esta quantidade pode ser reduzida à metade. No Rio Grande do Sul, ela é semeada nos meses de setembro e outubro.
Adubação
No cultivo da alfafa, o fator mais importante é a adubação. O que for retirado em forma de forrageira deve ser reposto na forma de adubo. Calcula-se que para uma colheita de 10 t/ha de feno deve-se colocar no solo de 300 a 350 kg de nitrogênio, de 50 a 60 kg de fósforo, de 150 a 200 kg de potássio e de 250 a 350 kg de cálcio. O uso do biofertilizante reduz grandemente a necessidade de se aplicar adubos químicos. Pertencente à família das leguminosas, a alfafa tem a vantagem de retirar e aproveitar nitrogênio do ar, razão pela qual necessita de uma dose menor deste elemento durante as primeiras fases de crescimento.
Polinização
O pólen da alfafa não é transportado pelo vento. As abelhas são as responsáveis por este transporte, promovendo a polinização cruzada. Em experimentos de polinização, as plantas protegidas contra as abelhas produziram 2,25 kg de semente por meio hectare. Já as plantas polinizadas pela Apis mellifera chegaram a produzir cerca de 144,45 kg de sementes por meio hectare. As abelhas trabalham nas flores de alfafa como coletoras de pólen e de néctar. As coletoras de pólen são as que realmente executam a polinização da planta. A influência das que retiram seu néctar é muito pequena.
Colheita
Como cultura perene, a alfafa permite vários cortes durante o ano. A espécie Medicago saliva L., por exemplo, pode fornecer de 5 a 8 cortes por ano, com uma produção de 6 a 18 t/ano de matéria seca. Já a M. saliva L., cultivar crioula, dá nove cortes no primeiro ano e rendimento superior a 10 t/ha de feno. Os cortes devem ser feitos a uma altura de 6 a 8 cm acima do nível do solo. Este processo acelera a rebrota, além de evitar danos nas gemas. Os cortes devem ser feitos quando as plantas atingirem 50% de florescimento.
Composição por 100 g
52 calorias, 6 g de proteínas, 12 mg de cálcio, 51 mg de fósforo, 5,4 mg de ferro, 1140 mmg de vitamina A, 0,13 mg de vitamina B1, 0,14 mg de vitamina B2 e 162 mg de vitamina C.
INSTITUTO AGRONÔMICO. Boletim Técnico 100: Recomendações de Adubação e Calagem para o Estado de São Paulo. Campinas, SP. 1996. 285p. RUGGIERI, A. C.; SCHIMIDEK, A.; FIGUEIREDO, L. A.
Produção de matéria seca e composição bromatológica de 35 cultivares de alfafa com quatro anos de cultivo em Sertãozinho, SP. In: REUNIÃO ANUAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ZOOTECNIA, 38., 2001, Piracicaba, SP. Anais... Piracicaba: SBZ, 2001, p.220-221.
0 comentários :
Postar um comentário